ORIENTAÇÕES PARA A FEBRE NA CRIANÇA
- Fabio Celant
- 28 de jan. de 2023
- 5 min de leitura
Atualizado: 30 de jan. de 2023
Febre não é doença, embora todo o organismo seja acometido e “prejudicado”. A criança está preparada para combatê-la e quer colocar à prova as próprias capacidades de defesa, confrontando-se com a ameaça vinda do mundo exterior (bactérias, vírus, etc.).
Em princípio, esse calor do combate é bom e somente possível em um organismo saudável, que ainda pode ter febre e está pronto para assumir a luta pela vida.
A cada grau de febre duplica-se o desempenho do sistema imunológico, e toda febre o treina para ações posteriores. Assim, a disposição ativa de defesa do corpo contra agentes patogênicos torna-se uma formação rumo a uma personalidade independente a apta para a vida.
A FEBRE PODE SER TOLERADA SEM PROBLEMAS?
O grau da febre é relativamente sem importância. Mais significativa é a necessidade de a criança beber água suficiente e eliminá-la através da urina, do suor e, eventualmente, das fezes; de falar e estar consciente; de conseguir dormir, relaxar e se recuperar. Em geral, mesmo temperaturas acima de 40º C não costumam ser perigosas se a criança for observada com atenção, neste caso, a partir de 38,5 é necessário um acompanhamento. A QUALIDADE da febre é mais importante do que a QUANTIDADE.
ARGUMENTOS CONTRA A DIMINUIÇÃO DA FEBRE
Não deveríamos tirar o trabalho do sistema imunológico, senão, ele se torna fraco e destreinado e, em um caso grave, pode já não reagir adequadamente. Tanto os filhos quanto os pais têm de aprender a suportar certa frustração até o sistema imunológico passar por suas experiências.
Desse modo, os pais podem aprender a confiar nas forças autorreguladoras do organismo da criança e auxiliar o processo de amadurecimento apenas conduzindo-o de acordo com a antiga regra da medicina (“o médico cuida, a natureza cura”).
Uma febre moderada estimula os mecanismos de defesa contra a infecção, e assim não há necessidade nem vantagem de normalizar inteiramente a temperatura.
MEDIDAS DE APOIO
- Proteção contra estímulos externos: nada de luz clara nem de barulhos altos (TV, rádio, Ipod, etc); contao físico apenas se solicitado pela criança.
- Evitar temperaturas extremas: não sair para uma área externa. A adaptação à temperatura externa requer uma energia desnecessária. Não requer demais os espaços internos, mas também não deixar que haja corrente de ar. Apenas arejar o ambiente por cinco minutos a cada hora, enquanto a criança está deitada sob as cobertas.
- Não dar banho: com calor extremo e seco e/ou se não houver erupção cutânea. Pode lavar a criança com um pano embebido em água levemente morna para ajudar na limpeza do suor.
- Dar bastante líquido: chá de Tília e de Sabugueiro morno, com um pouco de mel (não esquentar muito o mel, adicioná-lo quando o chá já estiver bem morninho) estimulam a transpiração e a excreção de toxinas através da pele. Pode ser oferecido sucos naturais, o importante é que a criança tome líquido. Quando a criança não tiver vontade de tomar líquido, você pode auxiliar a absorção de líquidos através de um clister (pesquise sobre sua aplicação).
- Permitir o jejum: mas apenas na vontade expressa da criança, do contrário, oferecer uma alimentação leve, com pouca ou sem proteína.
- Sono: estimular o sono da criança, independentemente do período do dia. Mesmo que a criança durma pouco à noite por ter dormido muito durante o dia, não a desperte. O lema é: "o sono é o melhor remédio”.
- Roupa: providenciar roupas leves de algodão, que absorvem melhor o suor, a ideia é roupas que não apertem ou esquentem demais. Calçar meias quentes de lã apenas se os pés estiverem frios.
- Compressas: só devem ser colocadas em torno da panturrilha se as pernas e os pés da criança estiverem quentes, nunca se estiver com calafrios ou com os pés gelados!
Embeba dois panos finos de algodão em água morna (nunca fria, só um pouco mais fria do que a temperatura do corpo da criança) e, depois de torce-los e alisá-los, envolva-os em torno da perna. Fixe os panos com uma toalha de rosto ou com meias de lã e cubra a criança com uma coberta leve. Assim que os panos estiverem bem aquecidos – geralmente após 10 minutos – você poderá trocá-los até três vezes. Em seguida, faça uma pausa de cerca de uma hora e volte a colocar novas compressas.
- Suco de laranja com própolis: ajuda a manter a febre em níveis desejados e combater possíveis inflamações. Amornar suco de laranja recém feito e pingar cerca de 3 a 4 gotas de extrato de própolis (de preferência sem álcool) para cada colher de sopa. Dar 2 colheres de hora em hora para criança a baixo de 4 anos e umas 3 a 4 colher acima dessa idade. Conforme a febre ficar baixa (até 38,5º C) pode dar uma pausa e retornar a dar somente se a febre voltar a subir.
AUXÍLIO HOMEOPÁTICO E MÉDICO EM CASO DE FEBRE?
O auxílio homeopático é sempre oportuno, e o médico é indicado quando
Febre acima de 39,5 ºC com tremores de frio, abatimento acentuado ou forte indisposição (sonolência e irritabilidade, choro inconsolável ou choramingas, gemência) que não melhoram após os cuidados acima e nem após um antitérmico; aparecimento de sintomas diferentes; febre que ultrapassa três dias completos (em crianças abaixo de seis meses, já no segundo dia de febre deve-se consultar um terapeuta experiente), não tiver sede nem suar; sentir dores inexplicáveis ou tiver convulsões ou sua nuca enrijecer. A disponibilidade (telefone, retorno) é medida insubstituível.
Observações finais: é evidente que a febre pode ser um sinal de que algo não vai bem, e por isso o corpo está reagindo à isso, e a febre é um dos aspectos, por tanto, além da febre, a criança pode estar com alguma infecção, bacteriana ou virótica, e na maioria das vezes é isso que a febre indica. Porém, as vezes a febre surge por si mesma, indicando apenas um processo natural de desenvolvimento do sistema imune da criança, e mudanças de temperatura é normal na infância, por tanto, antes dos 38º C nem precisa ainda significar febre.
Os cuidados citados neste documento são suficientes para a criança que não apresente os transtornos intensos citados no parágrafo acima, caso contrário, a causa anterior a febre é que, talvez, precise de tratamento, e não a febre em si. Por isso mesmo, acompanhar a criança e perceber seu estado geral.
Por isso, se seu filho ou filha, está com febre porém ele/a está tomando bastante líquido, transpira bem, não apresenta grandes transtornos (lembre-se que a criança ficar “amuada” é muito normal, como está aumentando a temperatura do corpo, isso exige um gasto maior de energia, por isso o estado “amuado” da criança, e não deve se preocupar), e está dormindo normalmente, parabéns!! Seu filho ou filha está reagindo saudavelmente ã febre e caso a situação não mude, as orientações acima serão suficientes para que ele passe por esse processo natural e necessário da criança, e com certeza ela estará a cada ano mais forte para se recuperar sozinha, seu sistema imune estará mais desenvolvido e consequentemente será um adolescente e adulto com mais propensão a ser saudável.
Fábio Celant
Terapeuta Homeopata e Ortomolecular
CONAHOM 1511
CRTH-BR 6419
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